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22 de novembro de 2024
QG Notícias

VÍDEO DA HORA: Nati campeã na Capital das Armas da Rússia

Enquanto a Copa da Rússia entra no Final Four e chega à decisão de domingo com Dínamo Moscou x Lokomotiv Kaliningrad, o cenário no entorno do esporte não foge do clima de guerra que a Rússia protagoniza na Ucrânia.

O título nacional foi disputado em Tula (Тула), cidade histórica ao sul de Moscou, berço de Leon Tolstoi e onde o Arsenal ostenta um belo estádio. Aliás, o nome do time de futebol bate com o título secular da cidade: Capital das Armas da Rússia. Por baixo, são 25 fábricas bélicas que alimentam a guerra do armamento portátil a mísseis.

Tula é tão antiga que quando o Brasil foi descoberto, já era grande e importante escudo contra invasores da Crimeia. Então, o palco da final da Copa da Rússia tem muito para contar – fica a cerca de 3h da capital Moscou, menos de 200km e ganha mais importância estratégica por avizinhar-se da fronteira com a Ucrânia.

A cidade russa fica a 9h da capital Kiev. Em termos bélicos, praticamente no quintal inimigo. Isso faz com que Tula seja blindada de ponta a ponta – tanto é que os russos a chamam de cidade-heroína, pois os mais de 500 mil habitantes estão à serviço da guerra.

Por toda parte vê-se o Z que simboliza a ação na Ucrânia, não foi diferente na Tulia Arena quando as equipes entraram para decidir a Copa da Rússia. No elenco do Dínamo, a brasileira Natália Zílio sentia o clima patriótico mas, também, sabia que estava ali para jogar vôlei – e jogou muito.

Por fim, a ponteira foi para o pódio de ouro ao placar de 3 a 0 no Kaliningrad com 25 a 15, 25 a 23 e 25 a 20. Nati comemora o primeiro título russo, já que não é a primeira vez que ela passa por lá – dois anos atrás vestia a camisa desse mesmo Dínamo.

O Z que cobre o país é um símbolo lido como ‘Não deixamos os nossos’, referência à irmandade da guerra. Sim, Nati Zílio jogou num cenário bélico, viu uma população cem por cento Z e ruas onde armamentos pesados fazem parte da decoração natalina.

Em quadra, Наталия Перейра (o nome dela) foi muito utilizada ao som dos aplausos e fechou entre os destaques do título. Se é difícil ou estranho para ela ser apenas esporte num cenário assim, só a própria para dizer. No mais, o torcedor de Osasco cola na ponteira porque tem promessa dada: Nati cravou que espera encerrar a carreira defendendo a equipe do Liberatão de Presidente Altino.

E para fechar este textão, ela é a única estrangeira no campeão Dínamo Moscou que tem estrelas como Evgeniya Startseva, Tatiana Dmitrieva, Nataliya Goncharova, Ekaterina Pipumyrova, Irina Kapustina, Ekaterina Enina, Irina Fetisova, Tatiana Shchukina…

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