Quem viveu o Audax sob mão forte do absoluto Mário Teixeira, viveu um clube de ostentações. Mesmo antes de chegar ao vice-campeonato paulista em 2016, bancava status que causava espanto no futebol brasileiro.
O responsável por tudo, esse milionário sem dó de investir, fez a roda da fortuna girar desde o centro de treinamento no Jardim Cipava até a grandioza estrutura montada no estádio da Vila Yolanda.
No entanto, coisas aconteceram nessa linha do tempo e a história está aí – hoje o Audax vive de recordações, contando moedinhas para cada rodada do Campeonato Paulista Série A4.
Kauê Ferreira é da torcida organizada que protesta contra os desmandos da diretoria. Desmandos? Sim, segundo o presidente da Máfia Osasquense, o clube hoje nem pobre é, está falido. Ele tanca o diretor de futebol Venílton Montini, homem forte bancado por Gustavo Teixeira, filho do ainda dono Mário Teixeira.
O líder da organizada dá exemplo: anteontem o Audax recebeu o Nacional no Parnaibão, levou de 2 a 0 para chafurdar novamente na zona de rebaixamento. Placar absolutamente justo, o Naça fez por onde. Por outro lado, há um drama vivido pelo elenco que Kauê traz à luz.
MONTINI x OSASCO
Para o presidente da Máfia Osasquense, o diretor do Audax joga contra a cidade. “Ele faz o que o Gustavo quer, cortar custos. Mandou muita gente importante embora, dirige o Audax com arrogância desde que assumiu.
Lembrando, Montini foi contratado por Gustavo Teixeira em fevereiro de 2023, agora tem o Audax em queda para a Segunda Divisão. Sem medo de represália, Kauê encabeça protestos contra o diretor.
E o glorioso Mário Teixeira? Com a saúde comprometida, vem perdendo espaço no comando. Segundo Kauê, o patriarca do Audax é blindado da realidade do clube, a diretoria não conta a real para ele.
De volta ao jogo de quarta em Santana de Parnaíba e para melhor leitura, os bastidores revelados vão em lista – cada item tem a ver, segundo Kauê, com a política de Gustavo Teixeira.
- para cortar custos, Montini só autoriza delegação para o jogo a menos de 1h do apito inicial
- os jogadores nem fazem reconhecimento do campo
- trabalho de vestiário e serviços da comissão técnica, nada
- o Audax não tem uniforme da temporada
- para cortar custos, Montini usa roupa velha
- uniformes remendados, também não há fornecedora de material esportivo
- jogadores voltam para a Vila Yolanda bem no final da noite de quarta
- não há janta
- na mesa, pão com mortadela mas com direito a suquinho
- não há café da manhã
- nos fins de semana e feridados, Audax fechado
- jogadores alojados ficam à deriva
Kauê não está falando de algo que ouviu de um ou de outro, ele é testemunha presente na Vila Yolanda, sabe das coisas. Apesar de tudo isso e vivendo o drama dos jogadores, tem esperanças que os rapazes reajam contra o reabaixamento e contra a diretoria, que jogem por eles.
O Audax tem que somar pontos, é a única salvaguarda: amanhã às 15h estará em Taubaté contra o Joseense, dia 22 fecha a conta contra o Colorado Caieiras. São times da zona de classificação (8º e 7º) e que, por isso mesmo, vão com navalha nas chuteiras.
CLASSIFICAÇÃO
1 União Barbarense 26 pontos
2 São Caetano 24
3 Nacional 24
4 Taquaritinga 24
5 Paulista 24
6 Araçatuba 21
7 Colorado Caieiras 21
8 Joseense 20
9 Inter Bebedouro 17
10 Barretos 15
11 Jabaquara 14
12 Vocem 14
13 São-Carlense 12
14 Penapolense 12
15 Audax 11
16 Matonense 1
