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24 de novembro de 2024
QG Notícias

Osasco tem um marco que eterniza o golpe de 1964

O País já estava sob coturnos quando Osasco aplaudia inauguração da Praça 31 de Março. Três dias antes de os militares festejarem dois anos de poder, em 1966 a cidade dava esse presente ao regime. Nesse ano, o município ainda sangrava por conta de turbulências com greve e caça a comunistas.

Osasco teve papel tão importante nesse processo que estava sob intervenção federal – Executivo e Legislativo depostos, um serviçal dos militares comandava a cidade que tinha quatro anos de emancipação.

Sobre a praça, com o tempo fizeram mexidas, talvez com objetivo mesmo de apagar essa história – em 1995, por exemplo, a 31 de Março ganhou o nome de fantasia Pátio das Nações. No entanto, por mais bonitinha, cuidada e embandeirada que fosse, a placa original estava lá apontado para 1966 e honrando o golpe militar.

DA INTERVENÇÃO AO AI-5

Sim, a história continua e nada apaga esse marco assinado pelo interventor Marino Pedro Nicoletti. Lembrando os fatos, ele era o vice do prefeito Hirant Sanazar que acabou preso, acusado de corrupção e por afinidades com os comunas. Nicoletti era político da Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido dos militares e, então, tudo certo. Após inaugurar a Praça 31 de Março numa louvação ao regime, ele ficaria mais um ano como interventor.

Se o golpe militar completa hoje 58 anos, a praça em homenagem conta 56. Sim, são datas que caminham juntas na história. No entanto, a 31 de Março não é o único símbolo osasquense que louva o regime – há ruas e avenidas com nomes generalescos vinculados a 1964.

Por fim, a cidade tem mais uma digital nessa história militar: em razão do movimento monstruoso levantado com protestos e linha dura contra o regime, não bastava apenas a intervenção federal e o regime decretaria o AI-5, Ato Institucional agressivo para evitar insurreições em outras cidades do País. Sim, Osasco tem a ver com isso.

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