A manifestação bolsonarista de domingo na Avenida Paulista repercute com números divulgados pelos organizadores – mais de 1 milhão de militantes. No entanto, fontes como Globo, UOL e USP apontam métricas entre 40 e pouco mais de 50 mil, levantando dúvidas sobre a veracidade do que vincula na web.
Independentemente dos números, o ato foi marcado por pedidos de anistia aos envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de janeiro, que depredaram o STF e desrespeitaram os símbolos nacionais.
Mas o destaque na fala do ex-presidente à militância tem direcionamento em inglês, diretamente para Donald Trump. Por fim, Bolsonaro reza ter esperança que o governo dos Estados Unidos pese sobre a justiça brasileira para mudar a história.
Mas que tipo de intervenção americana seria possível? Historicamente, os EUA exercem influência em outros países por meio de sanções econômicas, pressão diplomática ou apoio político, mas uma interferência direta no sistema judicial brasileiro seria amplamente vista como violação da soberania nacional. Especialistas destacam que a soberania implica que nenhuma autoridade externa pode se sobrepor às instituições de um país.
Que tipo de intervenção americana seria e por qual operação? Teria a ver com o sonho do ex-presidente de livrar-se da condição de réu por tentativa de golpe, dar a volta por cima e reconquistar elegibilidade para 2026?
A relação Bolsonaro-Trump e o papel de Eduardo Bolsonaro nos EUA são importante articulação política, mas sem deixar claro que tipo de intervenção estaria sendo pensada. Por fim, se o governo americano têm poder para tal, o processo legislativo do Brasil tem como escudo a soberania nacional.
