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7 de maio de 2024
QG Notícias

Conferindo as novinhas: Barueri em colapso x Curitiba que renasce

A situação dramática do Barueri Vôlei ganha repercussão nacional por ser projeto particular do técnico José Roberto Guimarães. Mas esse jogo na contramão do sucesso não é novidade, desde as últimas duas temporadas ele vem alertando que a água do poço está secando – batalha por patrocinador máster e há expectativas animadoras para tal. Por outro lado, sobre o nível de água nesse poço é que seria suficiente apenas para a disputa do nacional. Então, se não pintar aportes até lá, José Roberto pode mesmo zerar a conta e empacotar o projeto.

Nessa sexta as novinhas de Barueri estreiam na Superliga, recebem o Curitiba Vôlei, estreia que reuniria duas equipes no mesmo barco de sofrência, pois Curitiba estava na UTI e já se ouvia sobre extrema-unção. Certo, o projeto com reduto na capital paranaense tem muito a ver com o de José Roberto em Barueri. Para começar, é igualmente particular, bancado do bolso pela ex-tenista profissional Gisele Miró. Para disputar a Superliga ela precisava fechar aportes de R$600 mil e parece que conseguiu em cima da hora. Sim, o Curitiba renasce para a temporada ao anunciar um site de apostas como patrocinar máster, o FogoBet.

Outra situação parelha com o Barueri: o projeto de Miró leva o nome da cidade mas sem contar com apoio do poder público. No entanto, há uma estratégia de marketing que a presidente curitibana tem e que faltaria a José Roberto: no elenco há jogadoras rodadas e uma campeã olímpica que sobrepõe a imagem do clube sobre as novinhas.

A central multicampeã Valeskinha, ouro olímpico em Pequim 2008 é gestora do clube e titular absoluta do time – aos 45 anos de idade ela avisa que cumpre a última temporada, que após a Superliga se aposenta para seguir carreira na administração do time. Sem dúvida, Valeskinha dá um toque espetacular nesse cartão de visita.

Então, em Barueri é José Roberto apenas, ainda que ele dispense apresentações. No entanto, sabe-se lá os motivos de o treinador ainda não acertar a mão nesse jogo – não tem apoio municipal, teve uma temporada com o Hinode e depois se lascou numa furada como São Paulo FC.

Outra semelhança entre os clubes é que são projetos novos, coisa de cinco anos. Mas Curitiba não usa a política de novinhas que marca o time de José Roberto – o elenco que chega para a estreia da Superliga tem a consagrada Valekinha e outras meninas que são bem jogueiras como a líbero Tássia (33), repatriada do romeno Dínamo Bucaresti; a caçulinha é a ponta Izadora Stedile, 17 anos.

Ponteira de 52 anos e líbero de 43

Duas ex-jogadoras aparecem na lista final do Curitiba Vôlei e surpreendem a torcida – a presidente Miró inscreveu duas veteraníssimas, uma ponteira e uma líbero, 52 e 43 anos: a ponteira Ericleia Bodziak se aposentou em 2012 jogando no italiano Volley Reggio; a líbero Daniela Leal é prata da casa curitibana mas fora de quadra desde 2018.

E por que elas voltam? Gisele Miró explica que inscreveu as duas apenas para bater o número de doze atletas que a Confederação Brasileira de Vôlei dá como mínimo. Mais um detalhe na conta desse projeto: apesar de todo drama por falta de grana, Curitiba tem três estrangeiras.

Começando pela levantadora americana Cali Thompson, 23 anos, 1m83 e que vem do vôlei universitário pela Ucla (Universidade da Califórnia em Los Angeles); outra é a colombiana Melissa Rangel, central de 27 anos e 1m93, contratada do espanhol Rebaza Acosta; a terceira tem história de cinema: a oposto venezuelana Nelmaira Valdez, 29 anos e 1m81, viveu drama como refugiada no Brasil, tensa batalha por trabalho até ser amparada pela presidente Miró.

As novinhas

Motivadas pelo vice-campeonato paulista, as novinhas de Barueri recebem o revigorado Curitiba e partem para marcar território no Correão. O técnico José Roberto equilibra um pouco essa juventude com a líbero Laís Vasques e com a ponta Karol Tormena, ambas apenas 25 anos mas que são as titias do grupo.

Outras nove atletas são do final da década de 90 e cinco nasceram em 2003. Na balança, a média de idade do vôlei de Barueri continua sub 21. Então, hora de conferir as novinhas para a Superliga.

LEVANTADORAS
1 Vivian Lima – 22 anos, 1m81
2 Duda Sanglard – 18 anos, 1m85
13 Jacke Santos – 22 anos, 1m79
OPOSTO
7 Lorrayna Silva – 22 anos, 1m85
PONTEIRAS
5 Glayce Vasconcelos – 23 anos, 1m87
6 Ana Luiza – 18 anos, 1m85
8 Jheovana Sebastião – 20 anos, 1m94
11 Karina Souza – 23 anos, 1m79
16 Karol Tormena – 25 anos, 1m87
18 Gabi Carneiro – 18 anos, 1m86
20 Stephany Morete – 18 anos, 1m80
CENTRAIS
2 Diana Alecrim – 22 anos, 1m94
9 Lívia Santos – 18 anos, 1m85
10 Lorena Viezel – 22 anos, 1m90
12 Larissa Besen – 20 anos, 1m91
LÍBEROS
14 Laís Vasques – 25 anos, 1m72
15 Paulina Souza – 22 anos, 1m74

1ª RODADA
– em andamento: Brasília Vôlei x Maringá
– sexta, 29
18h
Praia Clube x Pinheiros
18h30
Itambé Minas x Valinhos
21h
Sesi Bauru x Sesc Flamengo
21h
Barueri x Curitiba Vôlei
– sábado
21h30
Osasco x Fluminense

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