A agência suíça IQAir destaca São Paulo como a única no mundo com ar insalubre, a pior entre as mais de 100 grandes cidades em todos continentes. Nas últimas quatro décadas a situação só piorou e essa queda é monitorada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, a Cetesb.
Agora nesse período de queimadas e seca, tudo fica ainda mais drástico e o ar torna-se sofrível além da conta. No entanto, há uma gravidade que contribui brutalmente para tal e que é interna – a própria cidade produz o caos.
Com um frota de veículos monstruosa, desde 2013 que a inspeção veicular foi banida – são mais de 9 milhões de escapamentos (carros, ônibus, caminhões, motos) ignorados e, com isso, matam o ar a cada quilômetro rodado.
Gilberto Kassab era o prefeito quando a inspeção veicular surgiu em 2008 para durar até 2013. Quando em vigor, avaliava emissão de monóxido de carbono, dióxido de carbono e hidrocarbonetos, todos componentes agravantes.
A Cetesb chegou a propor retorno da inspeção em 2022. Como nada aconteceu, o ar insalubre se agrava nesse período seco e piora sob altas temperaturas – o ozônio (gás de efeito estufa) torna a atmosfera ainda mais densa.
Então, São Paulo leva o primeiro lugar entre as dez piores do mundo segundo a CNN: Lahore e Karachi, ambas no Paquistão; Lima/Peru, Jakarta e Batam na Indonésia; Kinshasa/Congo, Riyadh/Arábia Saudita, Addis Ababa/Etiópia e Cidade do Kuwait.
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