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19 de maio de 2024
QG Notícias

MÚSICA DA HORA: não é PIB mas Felicidade Interna Bruta

Este domingo tem a ver com a Organização das Nações Unidas que em junho de 2012 oficializou o International Day of Happiness. Apesar do cenário de guerra protagonizado pela Rússia, o Dia Internacional da Felicidade está aí e a ONU aproveita para realçar o apelo de paz.

Naquele ano, discutia-se o bem-estar como possível programa internacional e, então, apareceu um representante do Butão. País minúsculo e sem nenhum impacto comercial que justificasse aplausos, essa terra fica entre China e Índia. E o que tem a ver esse país desconhecido com a ONU e este dia 20? Tudo começou com publicação da revista BusinessWeek de 2006, avaliava o Butão como o mais feliz da Ásia.

A religião oficial é o budismo vajirayana e também há hinduísmo; mas o fato é que o cidade desde a capital Thimbu às fronteiras, é religioso e com visão nada materialista como a nossa. O regime é de monarquia constitucional – em março de 2008 os butaneses tiveram eleições diretas.

O nome do país, literalmente, significa Terra do Dragão e, na bandeira, o mito exibe joias nas garras entre as cores amarela e laranja formando a linguagem: abundância, monarquia e budismo.

A economia é basicamente agrícola e desde 2004 a indústria do cigarro não fatura por lá – país budista, também não tolera homossexualismo. No gráfico mundial, o Butão é um cofre pequeno. No entanto, ano a ano vem emparelhando mercado e desenvolvimento e, atualmente, a renda per capita passa dos 2 mil dólares e o Produto Interno Bruto supera os 5 bilhões.

DO PIB PARA A FIB

Falando em PIB, hora de falar do dia de hoje, a Felicidade Interna Bruta. Trata-se de uma régua de medição paralela aos índices financeiros, só que a FIB considera bem-estar do cidadão, meio ambiente, recursos naturais, família e qualidade vida como fatores.

Quando aquele representante do Butão apresentou-se na ONU, disse que a Felicidade Interna Bruta era realidade no país desde 1972. Diante disso e apontando para valores culturais, ambientais e espirituais, bradou pelo Dia Internacional da Felicidade.

A partir daí, um grupo internacional de pesquisadores estudou o Butão e compactou a FIB em nove itens: bem-estar, saúde, qualidade de vida, comunidade, educação, cultura, meio ambiente, política e uso do tempo. Assim, em 2013 o mundo comemorava a FIB pela primeira vez.

De quebra, no governo butanês há o Ministério da Felicidade; a polícia é mais guarda patrimonial porque a violência é praticamente zero; também não há mendigos porque não há fome no país.

A Música da Hora não tem a ver com esse paraíso chamado Butão mas fala da felicidade no samba de Arlindo Cruz – Isso é Felicidade, composição dele com Delcio Luiz (2014). Claro é uma versão nada filosófica ou religiosa mas que chega em boa hora por hoje ser o dia internacional dessa tão deseja felicidade.

ARLINDO CRUZ E OSASCO

Carioca de Piedade, 63 anos, Arlindo Domingos da Cruz Filho costumava acompanhar o vocal com cavaquinho e banjo. Desde os doze anos já mandava bem nos acordes – também estudou violão clássico.

Vários sambistas clássicos deram voz a composições de Arlindo Cruz que seguia firme e forte na carreira solo. Nos morros cariocas ele é Império Serrano na avenida; no bloco carnavalesco vai de Cacique de Ramos; em 2015 levou o prêmio de Melhor Músico de Samba.

Dois anos depois ele sofreria AVC. O artista tinha agenda para Osasco e estava no apronto para embarcar. Hoje ele segue a batalha pela vida. Babui Cruz, esposa de Arlindo Cruz, conta que foram catorze cirurgias nesses cinco anos.

Sabendo da luta do sambista pela sobrevivência, talvez o recado dele em Isto é Felicidade nos dê agora um pouco da visão butanesa sobre a apreciação do dia a dia. Paralisado, se Arlindo Cruz consegue a mínima reação física, para Babui e toda família é uma grande vitória.

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