A Associação Brasileira de Imprensa publica Carta Aberta ao presidente da República, documento assinado por Octávio Costa e Marcos Gomes – presidente da ABI e presidente do Conselho Deliberativo.
O texto condena as brutalidades do exército israelense contra os palestinos e destaca que mais de 180 jornalistas foram mortos desde a ofensiva.
A Associação Brasileira de Imprensa cita genocídio em curso em Gaza e na Cisjordânia, mais de 40 mil civis abatidos, mulheres e crianças na contagem.
Diante desse cenário apocalíptico causado pelo governo de Israel, a ABI coloca-se do lado humanitário e pede que o presidente Lula rompa relações com o país. Segue a íntegra.
CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA REPÚBICA
Excelentíssimo Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
Considerando…
- …notícias divulgadas em todo o mundo sobre os ataques do Exército israelense de ocupação da Palestina a residências coletivas de jornalistas, para além de redações de agências de notícias, que já resultaram em mais de 180 jornalistas assassinados;
- …que esses ataques, sob o enganoso pretexto de uma “legítima defesa”, visam, na realidade, a evitar a circulação de imagens e informações sobre o genocídio em curso contra a população civil de Gaza e da Cisjordânia, onde já morreram mais de 40 mil pessoas, incluindo mulheres e crianças;
- …que as mesmas práticas se estenderam recentemente ao Líbano, à Síria, ao Iêmen e ao Irã, criando todas as condições para generalizar o conflito, com a mal dissimulada intenção de torná-lo intercontinental, com consequências inimagináveis;
- …a tradição pacifista do Brasil no cenário internacional e as iniciativas tomadas por Vossa Excelência na busca pela paz,
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que há 116 anos se destaca pela defesa da liberdade de imprensa e dos direitos humanos, propõe que o governo do Brasil, que também tem sido ofendido e desqualificado pelo regime de Benjamim Netanyahu, promova o imediato rompimento de relações com o Estado de Israel.
No entendimento da ABI, esse rompimento deve perdurar até que o governo de Israel reconheça uma Palestina livre e soberana e cumpra as decisões e advertências de instituições globais – como a ONU -, que têm sido sistematicamente desprezadas pelo regime de Netanyahu.
Confiamos no seu total empenho em favor da paz mundial.
Atenciosamente
Octávio Costa – presidente
Marcos Gomes – presidente do Conselho Deliberativo
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