O regime militar marca a história moderna do Brasil. Há 60 anos começava o reinado da ditadura, golpe que algemaria o país até 15 de março de 1985. Foram 21 anos de flagelo à democracia e os Atos Institucionais eram os açoites.
Cenário desolador: Congresso Nacional fechado, liberdade civil aprisionada, militares nas ruas como juízes letais. Ainda que esse período tenha sido tipo trevas apocalípticas sobre o Brasil, hoje há importante parcela de militantes de direita que apelam pela volta do regime.
Em termos operacionais, o golpe entrou em ação em 1º de abril mas a fornalha de preparo foi durante a última semana de março. Era madrugada do dia 31 quando o general Olympio Mourão Filho autorizava a Operação Popeye – primeiras tropas partindo de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro; em 2 de abril o governo brasileiro já era.
No final da tarde deste domingo tem Caminhada do Silêncio em São Paulo, ato em reverência às vítimas da ditadura – concentração às 16h no antigo DOI-Codi e com o lema: Para que não se esqueça, para que não continue acontecendo.
Do DOI-Codi a caminhada segue para o Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos que fica no Ibirapuera. E para que quer saber o significado, DOI-Codi é Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna.
OSASCO FAZ HOMENAGEM, MAS AO GOLPE
Osasco é a segunda maior riqueza do Estado, além disso é economia top 10 do Brasil e, ostentação à parte, tem uma praça toda bonita mas cuja história bate continência à ditadura.
O regime completaria dois anos quando o prefeito decidiu honrar os militares, então ergueu a Praça 31 de Março nas proximidades do KM 18 e que se destaca na Avenida dos Autonomistas.
Tirando enfeites e adornos, se a placa de fundação da praça for considerada, o nome e o ano 1966 seguem vivos eternizando o regime. Quem era o prefeito? De fato, um interventor imposto pelo próprio governo – Marino Pedro Nicoletti que fora vice do prefeito Hirant Sanazar.
Deram um jeito para banir o primeiro prefeito de Osasco e colocaram o vice como emissário dos militares. Depois de inaugurar a praça na Avenida dos Autonomistas para glória e honra do regime, o interventor ficaria por mais um ano no poder municipal.
Além da 31 de Março, a cidade tem muitas ruas e avenidas que louvam generalatos algozes do regime. Neste 31 de março que pesa na memória brasileira, Osasco tem uma marco em continência.
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