A saga desse marujo merece filme. Ele foi um valente da Armada Imperial contra o Uruguai, teve batismo de fogo em dezembro de 1864 no cerco a Paysandú, uma das grandes cidades daquele país.
Após 53 dias de batalha, a armada nacional vence as forças uruguaias tomando a Praça-Forte em 2 de janeiro de 1865. O marinheiro Marcílio Dias foi um monstro de valentia e todos viram aquele jovem negro carregando a bandeira do Brasil ao subir a torre da Igreja Matriz de Paysandú – lá do alto ele acenava para os irmãos de farda aos gritos de vitória.
Gaúcho de Rio Grande, nascera em junho de 1838. Então, era um rapaz de 27 causando baixas uruguaias em série. Seis meses após Paysandú, o marujo partiu feroz na Batalha Naval do Riachuelo – era junho de 1865 e o cabo Marcílio combatia na corveta Parnaíba.
As forças do Uruguai adotam uma tática agressiva com três navio sobre o Parnaíba; os brasileiros sentem o ultimato e vão para o último recurso, combate corpo a corpo. O valente Marcílio não larga da bandeira do Brasil e vai rasgando inimigos até se ver cercado por quatro.
Esse corpo a corpo era com sabre e o cabo abateu dois uruguaios e, enquanto também defendia a bandeira, teve um braço decepado. Os procedimentos médicos limitados não evitariam a morte do marujo no dia seguinte. Seguindo a tradição naval, ele foi sepultado com toda honra nas águas do Paraná em 13 de junho de 1865.
Então, 157 anos depois, o nome do cabo do Brasil volta à pauta nacional. Semana passada ele foi louvado para entrar no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Marcílio Dias, carreira curta na Armada Imperial mas digna de filme.
Sobre Rio Grande, o município fica no litoral sul gaúcho, região de Lagoa Mirim e Lagoa dos Patos. Terra do herói do Brasil, lá tem monumento ao marinheiro sob cuidados do 5º Distrito Naval.
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