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21 de novembro de 2024
QG Notícias

Por que essa fidelidade? Ela poderia estar nos melhores do mundo

Caso Osasco tivesse calçada da fama, as mãos de Camila Brait estariam eternizadas. Mineira de Frutal, tinha perto de 20 anos quando se apresentava no Liberatão de Presidente. Era 2008 e a jovem líbero chegava do São Caetano para a camisa do Finasa Osasco. E ponto final na carreira. Não, nada a ver com o jogo porque a menina se agigantou num vôlei espetacular – o ponto final tem a ver com a camisa, pois desde então ela paga um cartão de fidelidade com Osasco, não deixa o clube por nada.

E pelo andar do vôlei, deve ser com esse manto que a gari do Brasil pretende se aposentar. Brait é mil por cento família, dizem que de coração derretido, de muito afeto. Então, isso pode ser o motivo de a líbero recusar propostas, de não se aventurar fora do país, de continuar com Osasco ano após ano – por apego.

Fato, hoje ela é o principal nome do novo elenco comandado pelo técnico Luizomar de Moura; não é a capitã mas é respeitada como general. E o torcedor agradece essa fidelidade e tem Camila Brait como diva eterna. No entanto, esse mesmo torcedor sabe que por essa relação de amor ela abre mão de um futuro gigantesco no vôlei mundial.

Sim, a gari tem jogo para defender qualquer um dos grandes clubes do planeta e de estar em final de campeonato mundial, por exemplo. Mas parece que Brait não alimenta nada disso, que a realização dela está em defender Osasco. Sim, fora isso havia o sonho olímpico e ela realizou.

Camila Brait não quer mais do vôlei, não pensa na vitrine da Europa? Ela tem o título mundial de 2012 e poderia ter mais se partisse do Brasil. Por fim, joga tanto que destoa do time. Foi assim na temporada passada: enquanto Tandara arrebentava sozinha no ataque, ela varria o fundo de quadra como sempre. Nessa nova formação, a maioria ainda está no pavor dos ajustes e só dá Camila Brait jogando em altíssimo nível – é a menor do time em altura, mas tão grande que Osasco torna-se pequeno para ela.

A GARI

Sem contar os títulos em quadras brasileiras, a gari do Liberatão tem quatro ouros sul-americanos e duas pratas; e são quatro medalhas mundiais: bronze em 2011, prata em 2010 e em 14, ouro em 12; prata no Pan-americano 2015. A galeria de medalhas segue com essa coleção de Grand Prix: ouro em 2009, 13, 14 e 16; prata em 2010 e 12. Na Liga das Nações, prata neste ano em Rimini, Itália. E tem Copa dos Campeões, prata em 2009 e ouro em 2013, mais um ourinho beleza no Top Volley 2014.

Certo, a gari de Osasco é mesmo uma ratinha de pódios. E para fechar esse tour internacional de Camila Brait, prata no Mundial do Japão 2010 e bronze no da Itália 2014. Claro, tem a sonhada jornada olímpica de Tóquio 20, medalha de prata.

DE VOLTA A 2008

Agora estamos em maio de 2008 e o Finasa Osasco com bala na agulha e contratando a rodo. Num timaço em formação para sequência da temporada, chega essa mocinha de cabelos soltos, 19 anos e destaque da Superliga anterior pelo São Caetano. Brait foi anunciada pelo Finasa ao lado da central Bárbara Bruch, outra revelação do Sanca.

A jovem líbero se apresentou no Liberatão com moral por liderar o ranking de recepção da Superliga. Certo, a gari já varria geral e sabia tudo sobre o novo time, pois o Sanca chegara à final do Campeonato Paulista 2008 justamente contra Osasco campeão – foi nessa parada que ela chamou mais atenção, jogou barbaridade.

Brait e Bruch eram os reforços da hora ao lado de Lia; em Osasco, formariam com Carol Albuquerque, Ana Tiemi, Adenízia, Malu, Natália, Silvana, Suelle e Paula Pequeno; Sassá e Thaísa estavam chegando.

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