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20 de setembro de 2024
QG Notícias

PARIS: polêmica no boxe feminino lembra Brasil no judô e no vôlei

Imane Khelif é atleta da Argélia e está causando no boxe olímpico. Ontem partiu para cima da italiana Angela Carini e levou vitória fácil por desistência da adversária após 46 segundos de trocação.

Toda responsabilidade e parecer quanto a potência de Khelif fica para o Comitê Olímpico Internacional. Há muitas reportagens cravando que trata-se de atleta trans, outras derivando-a como intersexo.

A primeira pedrada contra Khelif parece não proceder, há depoimentos importantes comprovando que é realmente mulher; quando a interesexo, cabe a quem cujo corpo não passa pelo crivo médico sobre ser feminino ou masculino. Esse caso protagonizado por Khelif lembra dois do Brasil – no judô feminino e no vôlei feminino.

EDINANCI SILVA, JUDÔ

Judoca que derrubou muitos kimonos, Edinanci Silva também caiu na malha da imprensa: mulher ou homem? Conforme ia avançando nos treinos, a paraibana não demorou para desenvolver traços masculinos e não deu outra, testes de gênero nela.

Edinanci tinha nível altíssimo de testosterona, naturalmente que a imprensa bombou sobre isso, a atleta caiu na boca maldita do povo e virou alvo de radicalismo. Sim, a vida de Edinanci transformou-se num purgatório, ouvindo todo tipo de insultos.

Mas é o caso, a paraibana tem quatro Jogos Olímpicos na conta: Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008. Troféus e títulos na galeria de Edinanci testemunham essa vitória, mas as marcas dos acoites verbais que sofreu ainda são feridas abertas.

ERIKA COIMBRA, a Kiki – vôlei

Jogadora de potência absurda, a mineira Erica Coimbra foi vítima de censura nos Jogos de Sydney em 2000. Kiki, era uma garota de 20 anos disputando a primeira Olimpíada e, de repente, via-se sob uma inquisição avassaladora.

Sim, a ponteira estava sendo taxada como homem porque não passara no teste de gênero que era comum – Kiki tinha alto nível de testosterona, a Federação Internacional de Vôlei não soube lidar com isso, a bomba foi detonada pela imprensa e ela nem teve tempo de defesa.

Bem posteriormente, a atleta ficaria sabendo da Síndrome de Morris, um quadro que aumenta a produção de testosterona no corpo feminino. Polêmica à parte, ela foi bronze com o Brasil em Sydney, atrás de Rússia e Cuba.

Após a Olimpíada, a ponteira seria apresentada no Liberatão de Presidente para o manto do Finasa Osasco em 2003; rodaria muito até retornar ao vôlei paulista via Hinode Barueri em 2016, daí para o israelita Maccabi onde encerraria a carreira em 2019.

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