Como se trata de um grande clube do vôlei mundial, cada ponto e vírgula de Osasco repercute barbaridade porque tem uma das maiores torcidas. Nesta semana o clube usou a expressão ‘bem-vindes’ em postagem e a galera reagiu no ato.
Entre outros apontamentos dessa arquibancada online, alguém pergunta se o clube também vai mudar o nome para Osasque, usando trocadilho em alusão. Mas o papo é sério, a linguagem neutra chega sob bandeira ideológica não propondo uso coloquial mas gramatical.
Sim, há choque direto com o idioma. Como todas as línguas, o português não é definido palavra a palavra mas é regido por concordância de gênero gramatical. Então, quando uma expressão neutra é sobreposta nesse conteúdo, quebra a estrutura nativa e cria nova fonologia, morfologia e sintaxe. Em suma, cria um segundo português.
Especialistas da língua discutem com cautela essa novidade que avança massivamente. O português tem raiz latina onde os gêneros masculino e feminino são pilares e os ativistas que defendem a linguagem neutra condenam essa tradição gramatical como produto de valores e crenças arcaicos.
Mas é fato, o movimento está desafiando a língua-mãe e, pelo cenário em evolução, deve modificá-la estruturalmente e se estabelecer. Já se ouve, inclusive, críticas contra o machismo reinante na Bíblia.
Osasco é um clube de vôlei cem por cento ativista, a postagem segue essa orientação e está tudo certo. A galera vai de boa nos argumentos, apostando na liberdade de expressão. Mas sobra bucha para a diretoria – a torcida aproveita para cornetar o clube que desde 2012 só paga de coadjuvante.
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