Dois mistérios na conta da prefeitura de Osasco, via Secretaria de Esportes: o primeiro vem dos 4 milhões em 2017 para construção de megaginásio no Jardim das Flores, em cima da múmia que é hoje o Ives Tafarello; o outro vem 2019, grana garantida para construção do centro de excelência da ginástica rítmica.
A grana destinada ao novo Ives Tafarello partiu do cofre público para destino não sabido; e a da ginástica rítmica? Hora de jogar as cartas, consultar os oráculos porque neste plano físico ninguém diz nada, ninguém sabe de nada.
Sobre o ginásio, seria construído colado ao da ginástica artística – fica na rua Ciro dos Anjos, zona Sul. Em março de 2019, o alto escalão da prefeitura promovia aquele auê político para anunciar a obra que seria presente de aniversário pelos 57 anos de Osasco celebrados no mês anterior.
Em breve…
Aplausos, confetes e serpentinas para uma promessa oca mas cravada com tamanha cara de verdade ao anunciar recursos via emenda parlamentar da deputada federal Renata Abreu. O prefeito Rogério Lins comandava esse festim ao lado de Carmônio Bastos, então secretário de Esporte e hoje vereador: “Em breve estaremos inaugurando um espaço próprio pra ginástica rítmica.”
E o quão breve seria esse breve anunciado? Segundo Rogério Lins, as obras do novo ginásio começariam naquele mesmo mês; e sob o aceno feliz de Carmônio Bastos, garantia previsão de entrega em 180 dias.
Bem, nada aconteceu. Os seis meses da entrega minguaram e a ginástica rítmica segue sem casa própria. Para disfarçar, a prefeitura aluga um galpão rústico no centro de Osasco, espaço grande mas absolutamente cru – no período de calor as atletas treinam em ritmo de Saara, quando a chuva desaba elas vão de nadadeiras.
Esta matéria não confronta as modalidades. Se a ginástica artística tem um spa de excelência, mérito dos atuais administradores e dos de outras gestões municipais; tem muito mais chão em Osasco que a rítmica, cujo projeto vem de cinco anos. Para fechar, antes de celebrar sede própria, a artística andou por anos e anos feito nômade sem teto, sofreu barbaridade.
Mas é fato, o trabalho das duas modalidades é mesmo padrão Fifa. A rítmica, nesse pouco tempo já tem nome no cenário internacional e com atletas cotadas à seleção brasileira. Se merece espaço próprio e que faça jus aos resultados de excelência? Claro que merece. E quanto a ginástica artística, tem um ginásio que é referência no Brasil – e batalhou arduamente por essa conquista.
NOTINHA
– tanto na rítmica como na artística, os pais são heróis à parte como patrocinadores das atletas e colaboradores pontuais nas escolas.