Não basta golpe: enquanto presidente, Bolsonaro tancou racismo e, agora, vai pagar por isso. A Terceira Turma do Tribunal Regional Federal condenou o mito a indenização de R$1 milhão por danos morais coletivos.
Em 2021 e quando parava naquela cerquinha diante dos adoradores, o presidente fez-se comediante tirando sarro de negros.
Por ser presidente da República, isso gerou inquérito e o julgamento de hoje bateu martelo condenando o capitão que já tem multa de 124 salários mínimos imposta pelo STF que o condenou como líder da trama golpista. Sim, multa dentro dos 27 anos e três meses de prisão.
E olha que a condenação de agora até que está saindo em conta, pois o valor encaminhado era de R$5 milhões. No entanto, a turma do TRF entendeu que era excessiva e quebrou para 1 milhãozinho.
Bolsonaro foi condenado por unanimidade por ter zoado o cabelo de negro como criatório de baratas; e que um negro não poderia tomar ivermectina porque ‘vai matar todos os seus piolhos’.
O que diz o TRF
Trata-se de comportamento que tem origem na escravidão, perpetuando um processo de desumanização das pessoas escravizadas, posto em prática para justificar a coisificação de seres humanos e sua comercialização como mercadoria.
Os fatos objetos desse processo se revestem de especial gravidade relacionada à discriminação de pessoas negras, havendo o ex-presidente da República proferido manifestações públicas de juízo depreciativo sobre cidadãos negros.
Cabelo constitui um dos principais sinais diacríticos da negritude e tem sido historicamente alvo de preconceitos racistas, que negam a beleza a pessoas racistas.
E a defesa?
Bolsonaro foi representado pela advogada Karina Kufa que reconhece as falas do cliente como jocosas, brincadeiras de mau gosto.
Mas a advogada sustenta que Bolsonaro não posou de racista, que as falas foram em modo particular e que Bolsonaro não atacou os negros do Brasil.