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28 de setembro de 2024
QG Notícias

Luizomar e o estilo paizão: hora de rever esse vôlei de acolhimento

Ele é educador, tem paixão eterna pelo vôlei e um coração pernambucano sem medida. Coleciona muitos e muitos títulos nos dezesseis anos comandando Osasco, assina uma história imbatível. Acontece que a régua do vôlei tem como principal medida a Superliga e, nesse alinhamento, o técnico Luizomar Moura está fora do traço porque desde 2012 não ganha o nacional e, para agravar, a última final que disputou foi a da edição 2016.

Por exemplo: essa régua quando mede o padrão técnico que é colocado na balança, não destaca nenhum dos brasileiros nas últimas edições – quem aparece absoluto como patrão do vôlei nacional é o italiano Nicola Negro com dois títulos e encaminhado para o terceiro.

O Minas levou a Superliga 2020 sob comando dele; na edição passada, novamente Minas campeão e Nicola Negro como the best. Lembrando, ele assumiu o clube mineiro que havia sido campeão da edição 2018 sob comando do também italiano Stefano Lavarini.

Portanto, a equipe vem de três títulos nacionais e com os respectivos comandantes estrangeiros no primeiro pódio. Os brasileiros aparecem lista abaixo – Paulo Coco com o Praia Clube campeão 2017 e para quebrar sequência monstro de Bernardinho com o Rio, papão de 2013 a 16.

Na história recente da Superliga, os holofotes ficam para os italianos. Quanto a Luizomar, aparece no fundo da vitrine, campeão da edição 2011. E por que não chega mais? Entre outros fatores, por causa da nobre filosofia fraternal – louvado como paizão do vôlei, tem metodologia quase sacerdotal valorizando a pessoa acima da atleta. Por conta disso, individualmente ele vem amargando fundo de quadra da Superliga enquanto pupilas chegam e partem.

SER OU NÃO SER TOP DO MERCADO?

Com Osasco já degolado pelo Minas Tênis, temporada está fechada e Luizomar (📸 Edgard Moraes) entra naquele momento reflexivo. Isso à parte, já se ouve que o estilo paizão segue, que ele manterá atletas que não corresponderam no coletivo, tampouco no individual. Sim, é o coração bonzinho dele.

Nesta temporada Osasco foi um time pesado, meio que brucutu. Cresceu na primeira fase da Superliga porque os outros deram mole, nas quartas de final foi ao limite para se classificar sobre o Pinheiros e, nas semifinais, anulado barbaramente pelo Minas.

Luizomar não é um técnico regular, é dos bons porque entende muito e estuda a modalidade a partir do padrão europeu. Mesmo assim, muita dificuldade para ser atendido taticamente set a set. Dá broncas, esbraveja mas logo chega o paizão, aquele acolhedor de atletas (as que já não correspondem) e tudo fica na calmaria até o jogo seguinte.

Ele conta com patrocinador forte e tem portas abertas para ampliar consideravelmente os aportes. Mas caso decida retornar à vitrine campeã, tem que repensar esse vôlei de acolhimento e usar a régua do mercado – contratações por competências de jogo, renovações idem. Luizomar é um profissional de excelência mas passa da hora de pensar nele próprio, de voltar a ser competidor no mano a mano.

No mais, o vôlei de Osasco não precisa de ideologia, não precisa de religião, não precisa defender nenhuma causa social como se fosse ONG; não precisa amparar atletas que chegam ao fim de temporada sem convites de outros clubes e que renovam unicamente por conta da bondade do professor.

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