Atleta de alto rendimento quando se isola por lesão grave, sabe muito bem dos riscos. A ciência esportiva está em evolução constante com procedimentos cada vez mais tecnológicos mas a maior parte para o sucesso do tratamento depende da máquina humana.
Sim, a dedicação, o empenho e a determinação do atleta em baixa hospitalar são fundamentais para o retorno ao alto rendimento – período que quase sempre custa um ano longe de tudo. Nesse ponto, a paciência é a principal defesa do competidor, paciência para dar conta do isolamento.
Jenifer do Nascimento é do Esporte Clube Pinheiros, tem 33 anos e está retornando às provas após mais de oito meses de ausência. Atleta de longa distância e após dois pódios seguidos na São Silvestre, não competiu na última edição porque ainda estava em processo de reabilitação.
Natural de Osasco, ela surgiu no atletismo via o extinto Grêmio Recreativo Barueri. Hoje no Pinheiros, posa entre os grandes nomes do Brasil. No entanto, pagar tantos meses longe das provas e num calendário olímpico foi mesmo um custo pesado para Jenifer.
Mas ela sabia que precisava enfrentar tudo isso com calma e serenidade. Mês a mês foi cumprindo todo procedimento até poder retomar os treinos. Por fim, em junho ela estava no grid de largada para se testar após tanto tempo sem competir.
Jenifer de Osasco retornou pegando leve na Maratona do Rio de Janeiro e correu o suficiente para duas pratinhas – nos 5 e nos 10 quilômetros. Animada pelos resultados e ainda mais confiante, partiria para uma pegada mais forte – Troféu Brasil de Atletismo.
Também em junho e disputado no Ibirapuera, esse torneio é o peso pesado da modalidade e Jenifer mandou ver até romper a chegada em segundo lugar nos 10 quilômetros com 34:10:79.
Sim, o torcedor pode anotar que Jenifer de Osasco está seguindo ainda mais forte nos treinos e que formará na São Silvestre em dezembro: em 2021 ela foi bronze com 53:32; no ano seguinte, novamente pódio com o 4º lugar marcando 54:42.
Ainda sobre o vice-campeonato no Troféu Brasil, a fera tem essa medalha como testemunho do longo tempo de recuperação e que marca um retorno absoluto: prata com sabor de ouro, resume Jenifer de Osasco.
📸 Ricardo Bufolin
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