Quando o Audax foi comprado pelo Grêmio Esportivo Osasco em 2103, no bojo estava a extensão carioca. No entanto, o Grupo Pão de Açúcar não fecharia negócio sem o clube do Rio no pacote. Venda batida, os novos donos levam a sede para Osasco e passando o trator – compraram o Osasco Futebol Clube para depois desativá-lo e rebaixaram o GEO a soldado raso.
Com a campanha de sucesso em 2016 como vice-campeão paulista, só dá Audax Osasco enquanto o do Rio posa de irmão pobre. Acontece que o pomposo time de Osasco (com sede monstruosa no estádio da prefeitura na Vila Yolanda), enfrentaria rebaixamentos em série; seis anos após aquele vice, eis o clube chafurdando em outra degola – de volta para a Série A3.
Nesse ínterim, o do Rio vira o jogo com uma campanha belezura na A2 do ano passado e, por fim, subida à elite. Sim, a camisa carioca se impõe sobre a paulista e concentra as atenções financeiras da cartolagem para 2023.
RIO VEM ANTES DE OSASCO
Para quem acha que o berço do Audax é Osasco ao comprar a equipe do Pão de Açúcar, o futebol carioca diz que não é assim. Fato, a história do clube vem de sete anos antes de ser comprado pelo GEO que tinha o Bradesco como âncora.
Em maio de 2005 o Pão de Açúcar iniciava no futebol com a marca Sendas, rede de supermercados comprada pelo GPA de Abílio Diniz – a sede era em São João do Meriti e foi lá que o Sendas FC aconteceu. Mas o foco era a base e o clube lançaria o profissional dois anos depois na 3ª Divisão Carioca.
No ano seguinte pisaria na Segundona e em 2009 festejaria o terceiro lugar na classificação final. Em 2010 o Sendas levantaria o troféu mais importante da curta história como campeão da Copa Rio, ganhando passagem para a Série D do Campeonato Brasileiro 2011.
DE VOLTA À ELITE
O Audax Rio disputa a elite do Cariocão pela segunda vez. Um ano antes de ser comprado pelo GEO Bradesco, ficou com o vice-campeonato da Série B mas aos rojões pelo acesso à Série A. Em 2013 disputava a divisão principal enquanto a versão paulista conquistaria acesso à Primeira Divisão – por isso a chegada de Osasco nessa história, comprando tudo para ter acesso direto ao Paulistão.
Em maio de 2013 o Pão de Açúcar fecharia as portas do futebol, em setembro seria GEO. Ninguém diz nada no reduto osasquense, mas no Rio ouve-se que o time de Osasco foi apenas fachada na negociação porque a grana teria sido do Bradesco. Lembrando, o milionário Mário Teixeira e dono do GEO, era um dos conselheiros cinco estrelas do banco que passava a explorar publicidades nos estádios do Rochdale e da Vila Yolanda.
A nova diretoria mantendo sede em Osasco, concentraria tudo na equipe local e a carioca entrava em segundo plano – em 2014 foi rebaixada à Série B enquanto a osasquense crescia até o vice-campeonato paulista 2016. Então a gangorra desce para Osasco que vê o Audax Rio subindo – ano passado com boa campanha na A2, fecharia 2021 politicamente atrelado à prefeitura de Angra dos Reis e ao governo carioca para a disputa da elite estadual.
Na fase de classificação no estadual, 8º lugar com 11 pontos para três vitórias, dois empates e seis derrotas, 9 gols contra 14; na segunda fase em mata-mata contra o Nova Iguaçu, no jogo de ida (dia 13) levou de 2 a 1 em casa, mesmo placar na volta, quarta-feira passada no Laranjão. Fim de Cariocão para o Audax Rio mas todo mundo na positividade porque o clube segue na elite. Quanto ao paulista de Osasco, na sofrência.