Décadas atrás, embates envolvendo Estado e religião restringiam-se a questões sociais, tudo sob pontos de vista teológicos. Por mais que uma vertente fosse dada como de esquerda ou de direita, o que prevalecia era o discurso estudado, eclético.
Mas hoje não é mais assim, religiosos abandonam o caminho de origem e migram para estrada exclusiva do Estado; mergulham no populismo e promovem cultos políticos. Na linguagem da antiga Roma, elegem um arquétipo de imperador.
Hoje no Rio de Janeiro, um grande ato público promoveu o bolsonarismo contra o 8 de janeiro, ação terrorista que barbarizou o País – contra a eleição presidencial de 2023.
Mais que isso, há em julgamento inquério datando o movimento como Golpe de Estado. Por fim, o ato em Copacabana minimiza o peso disso tudo e clama por anistia.
O PASTOR
O ato bolsonarista foi organizado por frente religiosa, um dos pastores mais ricos do mundo. Silas Malafia é um empresário de sucesso e tem a mídia social como púlpito preciso.
Famoso pela linguagem explosiva, é um crítico audaz que prejudica muito todo e qualquer alvo. No ato de hoje em Copacana, o pastor teve em mira Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal.
Talvez como que replicando imagem de Moisés contra Faraó, o pastor não só disparou drones verbais contra o ministro mas o xingou de criminoso – acusação grave e que deve ter repercussão no STF.
Sobre a fala do pastor e de outras autoridades no ato de hoje, o leitor pode conferir aqui; sobre a manifestação bolsonarista propriamente dita, mais informações aqui.