O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro comemora o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A atividade integra o projeto Patrimônio e Memória do Programa CCBB Educativo Arte & Educação. A coordenadora Pedagógica Nacional do CCBB, Valquíria Prates, disse que desde que o programa foi criado, há três anos, os educadores se dedicam a pensar, ao longo de todo o ano, a acessibilidade e a inclusão em todas as atividades: “Mesmo quando não é uma data comemorativa ou uma programação especial, a gente sempre tem o cuidado de imaginar e estratificar a inclusão em todas as nossas visitas, sejam presenciais ou online durante a pandemia”.
Valquíria informou que muitas visitas foram feitas em Língua Brasileira de Sinais a distância, “como sempre a gente teve, ao vivo”, além de visitas para cegos e participação de pessoas com deficiência intelectual. Para os educadores do CCBB, a coordenadora pedagógica afirmou ser muito importante praticar, experimentar e pesquisar a inclusão e a acessibilidade da pessoa com deficiência de maneira mais ampla nas atividades realizadas.
União
Para Valquíria Prates, o dia 19 é uma oportunidade de o CCBB Rio se juntar a todas as lutas das pessoas com deficiência que estão acontecendo: “A gente entende que essas lutas são todas nossas. Como trabalhamos com arte, educação e mediação, entendemos que nosso papel, como mediadores, é investir nessa cultura de acessibilidade, de inclusão, para que as pessoas com deficiência tenham o direito garantido de poder participar de qualquer ação que tiver interesse e desejo de estar junto.”
Hoje, o Programa CCBB Educativo reúne pessoas para conversas públicas no CCBB Rio e também nos CCBBs de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, com o objetivo de ampliar o conhecimento dos participantes e envolver todos em um processo de mapeamento dos diferentes aspectos que caracterizam a luta dos brasileiros com ou sem deficiência. Valquíria Prates destacou que todos os assuntos e causas são tratados como um patrimônio cultural: “Todas as datas comemorativas são dentro desse escopo de trabalho em conjunto que a gente entende como patrimônio cultural do Brasil. O dia dedicado às pessoas com deficiência é um desses dias.”
Cartazes
A ideia da atividade é que os participantes possam conversar sobre as dimensões em que essas lutas ocorrem, quais são os direitos garantidos pela lei que ainda precisam de uma luta cultural no dia a dia para serem efetivados. Ao final do encontro, os participantes vão criar cartazes sobre esses direitos que ainda necessitam de muita luta nos tempos atuais.
A confecção de cartazes é muito incentivada pela coordenadora Pedagógica Nacional do CCBB, porque significa trabalhar a palavra e a imagem. “O cartaz enfatiza o que é a essência de uma reivindicação, de uma ideia; é feito para ser visto de longe, para atuar por contaminação, no bom sentido da palavra. Quando a gente faz um cartaz, a gente quer que a ideia se espalhe mais rápido.”
Nos outros CCBBs também serão feitos cartazes alusivos ao Dia de Luta da Pessoa com Deficiência, mas com materiais diferentes, informou Valquíria. “As equipes são multidisciplinares e em cada equipe tem uma pesquisa em andamento.”
Exposições
Desde o dia 1º de setembro, em atenção ao Decreto nº 49.335, o acesso ao CCBB só é permitido ao público que apresentar a comprovação de vacinação contra a Covid-19. O CCBB Educativo do Rio oferece visitas mediadas presenciais e mediadas em Libras para a nova exposição Brasilidade Pós Modernismo – Arte Contemporânea Brasileira pós Semana de 1922” e para a mostra Nise da Silveira – a Revolução pelo Afeto, além das visitas patrimoniais (prédio e exposições permanentes).
A mostra Brasilidade Pós Modernismo celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 por meio de diversos trabalhos, reunindo 51 artistas de diferentes gerações, procedências geográficas e etnias. Entre os artistas brasileiros de vanguarda estão os paraibanos Marlene Almeida e José Rufino. A mostra tem curadoria de Tereza de Arruda e pode ser visitada até 22 de novembro.
Valquíria Prates disse que, no caso da exposição Nise da Silveira – A Revolução pelo Afeto, cujo tema condutor este mês é Qual o limite entre normalidade e loucura?, as obras expostas de clientes do Museu do Inconsciente, ao lado de obras de artistas plásticos, ajudam a entender melhor como a psiquiatra Nise da Silveira olhava a diversidade e como lidamos com pessoas que se relacionam com o mundo de forma diferente da nossa.
“É o direito à diversidade, o direito de ser diferente”, destacou. “Esse direito à diversidade vai aparecer dentro das exposições a partir de perguntas, que funcionam como ponto de partida das conversas que acontecem com os educadores”. Informações sobre horários e como se inscrever para a mostra Nise da Silveira podem ser obtidas no site do evento.
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– da Agência Brasil