O vôlei brasileiro entrou em parafuso quando o oposto Wallace Leandro turbinou a web postando foto maquinado e promovendo sobre tiros na cara do presidente da República. Isso foi no final de janeiro e o também bronze no Mundial do ano passado ostentava uma calibre 12.
Ele não demorou para retirar o conteúdo e se retratar. No entanto, isso não barrou a repercussão e ele foi enquadrado pela Advocacia-Geral da União. Wallace tem 36 anos, prata em Londres 2012, ouro no Rio 16 e mais três medalhas mundiais; após Tóquio 20 ele se aposentou da seleção mas retornaria para o Mundial do ano passado.
À parte esse episódio lixo, as ferramentas jurídicas foram eficientes para que o então punido pelo Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil fosse liberado para o fechamento da Superliga. Em meados de abril o oposto teve sinal verde para voltar ao Cruzeiro, liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Sim, por conta da postagem incitando violência e atentado ele fora punido com 90 dias, contagem a partir de 3 de fevereiro.
Wallace foi decisivo para o título do Cruzeiro, marcando o ponto final. Depois disso a turbulência retorna com o próprio COB não considerando o Cruzeiro campeão mas, por outro lado, o Itambé Minas parece que não entra nessa questão de troféu. Então, nenhuma alteração.
Resumindo, ontem esse caso foi fechado com acordão entre CBV, Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil e AGU – o oposto pega mais 90 dias de gancho, pena simbólica por casar com período de férias dele. Sim, ele estará OK para o Campeonato Mineiro em setembro.
Lembrando, o jogador pegara cinco anos de suspensão e que praticamente significava fim de carreira mas teve pena reduzida a 90 dias sob título de efeito educativo.
Nessa história, a CBV entrou em fria ao carimbar o jogador na final da Superliga – o Conselho de Ética do COB falava em suspender repasse de verbas públicas. Como havia muita grana em jogo, em cinco dias chegaram a um acordo de cavalheiros e a confederação terá como multa o investimento em programas de educação sobre redes sociais.
E SE TANDARA….
Tocando escolinha de vôlei no Parque Continental e morando em Osasco, a oposto Tandara é a cabeça da vez na guilhotina do vôlei mundial – banida com 4 anos de pena por doping em Tóquio 20.
A substância ostarina foi detectada, a defesa fez o que pôde para tentar um acordo ajustável mas a punição foi em alto grau. No entanto, ainda que jogadora da seleção e representando o País nos Jogos Olímpicos, não houve qualquer associação ao caso e ela foi absolutamente abandonada.
O antidoping em Tandara foi em 7 de julho com a seleção já em apronto olímpico em Saquarema; em Tóquio e indo às semifinais contra a Coreia do Sul, chega a informação e a jogadora é sumariamente expulsa. “Parecia que eu era uma criminosa”, diria Tandara ao lembrar aquele momento.
Então chega 23 de maio de 2022 e Tandão vai para o banco dos réus, julgamento online que termina com o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem unânime quanto aos quatro anos de punição. Então, comparando com o caso Wallace: se o doping da oposto é caso grave, o do oposto do Cruzeiro extrapola o jurídico esportivo.
Por fim e guardando as devidas proporções, a questão que fica é até ingênua: se o caso Tandara envolvesse diretamente a CBV tal qual aconteceu com Wallace, pondo em risco verbas públicas, será que esse drama da olímpica teria outro roteiro?
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