O voto da ministra Cármen Lúcia define o placar do Supremo Tribunal Federal que condena a trama golpista por 3 a 1. Ela soma com os votos do relator Alexandre de Moraes e do ministro Flavio Dino – neste momento, o ministro Cristiano Zanin está declarando voto, também condenatório.
Luiz Fux faz a exceção no colegiado, ontem desmontou o relatório de Moraes e foi pela absolvição dos mentores do golpe. Ao fim do pronunciamento do quinto juiz, o STF dará sentença por dosimetria – medida tipo denominador comum após calcular o peso de todas imputações penais.
Cármen Lúcia
O que há de inédito nesta ação penal é que nela pulsa o Brasil que me dói. A presente ação penal é quase um encontro do Brasil com seu passado, com seu presente e com seu futuro na área das políticas públicas dos órgãos de Estado.
Não é apenas legitima [a lei], como ainda não se pode dizer que se desconhecia que tentaram atentar contra a democracia. Quatro dos oito réus são exatamente os autores, os que têm a autoria do autógrafo.
O 8 de janeiro de 2023 não foi um acontecimento banal, depois de um almoço de domingo, quando as pessoas saíram a passear.
A procuradoria fez prova cabal de que o grupo liderado por Jair Messias Bolsonaro, composto por figuras chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, desenvolveu e implementou um plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas com a finalidade de prejudicar a alternância legitima de poder nas eleições de 2022, minar o exercício dos demais poderes constituídos, especialmente o Poder Judiciário.