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Osasco
11 de outubro de 2025
Estados Unidos aplicam tarifaço de importação ao Brasil.

Pix, carteiras digitais e tarifaço: a política do ódio dos EUA

Os EUA avassalam política do ódio encampada pelo presidente Donald Trump com o tarifaço em modo feudal assinado hoje, contra o Brasil. Para ele, o país é réu condenado e deve pagar o preço.

Esse ódio entrou em cena antes de Trump assinar o tarifaço e teve como alvo o ministro Alexandre de Moraes, eleito inimigo número 1 da extrema direita brasileira. O Office of Foreign Assets Control (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros) é órgão do Departamento de Tesouro dos EUA e bloqueia o ministro com sanções financeiras.

No corpo desse apedrejamento, o governo americano cita o ex-presidente Jair Bolsonaro, queridinho de Trump. Scott Bessent é o secretário do Tesouro e assim justifica a retaliação ao ministro do Brasil:

Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados – inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos.

O discurso do secretário alinha-se ao bolsonarismo puro nas versões sobre golpe de Estado e violação dos direitos humanos – referência ao 8 de janeiro de 2023, quando do ato de terrorismo aos Três Poderes. O bloqueio afeta o ministro caso ele tenha empresas ou controle com 50 por cento ou mais nos EUA.

O Brasil peitou frontalmente o poderio americano, impôs limites ao controle externo dentro do próprio marco digital, agora colhe as consequências porque o monstro agiganta-se ferozmente para pisotear a economia tupiniquim.

Por que tamanha política do ódio contra o Brasil e o ministro? Em agosto do ano passado, Alexandre de Moraes suspendeu a plataforma X e fez o multimilionário Elon Musk baixar o tom; em fevereiro passado, ele suspendeu a Rumble, rede social da Trump Media & Technology Group, afetando diretamente a Truth Social.

Então, essas ações do Brasil provocaram frontalmente o presidente Donald Trump que já estava na raiva por conta de outra ousadia do Brasil, o Pix.

As medidas do ministro Alexandre de Moraes ferem os Estados Unidos no bolso, daí a motivação por guerra comercial que encontra reforço na ideologia de extrema direita do bolsonarismo.

Bolsonaro é o súdito-mor que decora as justificativas da direita extrema contra o Brasil – vítima de perseguição política, inocente caçado por um governo tirano, patriota que verte sangue verde e amarelo.

O bolsonarismo dá o toque emocional ao trumpismo que tem como pano de fundo o domínio das carteiras digitais. O Brasil tem o Pix gerido pelo Banco Central, coisa que vai contra a lógica das fintechs americanas que atuam sob monetização de dados, taxas e controle privado.

Tanto que Trump encaminhou blitz à Rua 25 de Março, ato claro de intolerância e abuso de poder financeiro. No mais, não é de agora que os EUA espionam o Pix – porque o Brasil tem uma plataforma que ousa ameaçar a supremacia americana.

A China tem Alipay e WeChat Pay, carteiras digitais com mais de 1 bilhão de clientes, modelos semelhantes ao Pix só que não privados. E como o Brasil é comercialmente amigo do Velho Dragão, mais um motivo para o ódio americano.

Os EUA não atacam diretamente o sistema chinês, mas aplicam sanções a infraestruturas tipo chips, softwares e aplicativos. Ao sufocar o Brasil, o trumpismo também espera que isso enfraqueça o laço comercial do país com a China.

Outro motivo que justifica todo ódio americano – o Brasil é parceiro ativo e atuante do Brics, onde os laços com a China se solidificam.

Brics é um grupamento de várias nações com economias emergentes e o nome surgiu de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países membros que chegam a onze ao somar Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. E são nove países parceiros – Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

Então, a preocupação americana com o Brics tem forte motivo, principalmente porque os países discutem redes de pagamentos em moedas locais, distanciando-se do dólar. Como o presidente Lula arvora essa bandeira, naturalmente que é dado como adversário a ser batido.

Resumindo, ao aplicar sanções ao ministro Moares e ao tarifar o Brasil para desestabilizar o governo, os Estados Unidos querem uma única coisa – as rédeas das carteiras digitais.

Trump vê o Pix como ameaça real, não está diante de um simples aplicativo financeiro; essa plataforma brasileira apresenta-se como poderoso abre-alas geopolítico.

O governo dos EUA vê o Pix em modo vampiro diante do crucifixo – a plataforma nacional não visa lucro, não monetiza dados e não depende de carteiras estrangeiras.

Por ser gratuito, isso incomoda sobremaneira gigantes como Apple Pay e Visa. Diante disso, Washington denuncia o Pix como prática rebelde que inspira outros países a fugir das Big Techs americanas.

Bolsonaro, Moraes, direitos humanos, STF e todas outras justificativas para o ódio americano são tipo Cavalo de Tróia – não conforme aquele roteiro histórico, mas no sentido de ocultar um ataque soberano.

Confira aqui o tarifaço de Trump sobre o Brasil, lista tem 697 produtos que não serão taxados, isentos na Ordem Executiva assinada hoje por Donald Trump que eleva a tarifa de importação brasileira para 50 por cento.

Café, frutas e carnes estão no grupo taxado; polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes estão na lista de isentos.