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27 de abril de 2024
QG Notícias

1932: revolução nas primeiras táticas e quartel de Quitaúna entra na guerra

A Revolução de 32 entrou em ação pouco além das 22h de 9 de julho. Era noite de sábado, inverno castigando e um grupo ruma para o bairro da Luz – ao quartel da Força Pública do Estado. Minutos depois, universitários já eram muitos no Largo São Francisco e em festa com a chegada de três caminhões da prefeitura levando armamentos.

Então, revolução iniciada por civis no centro de São Paulo – da Faculdade de Direito foram tomar a Rádio Educadora Paulista, a Rádio Record e a Rádio Cruzeiro do Sul; mas em paralelo, militares já estavam em operação tática no entorno e antes da meia-noite, o edifício dos Correios e telégrafos na Avenida São João era tomado.

A partir daí, ação sobre ação foi engrossando o escudo paulista contra o governo federal. Então, uma voz revolucionária informa pelo rádio: “De acordo com a Frente Única Paulista e com a unânime aspiração do povo de São Paulo e por determinação do general Isidoro Dias Lopes, o coronel Euclydes Figueiredo acaba de assumir o comando da 2ª Região Militar, tendo como chefe do Estado-Maior o coronel Palimércio de Rezende…. Reina em toda cidade intenso júbilo popular e o povo se dirige em massa aos quartéis pedindo armas para a defesa de São Paulo.”

A reação do governo foi imediata, bloqueando os portos paulistas e pondo Santos sob mira da Marinha de Guerra. Nesse mesmo tempo, oficiais do quartel de Quitaúna já em plantão, aceleram o operacional e a ordem é assinada. Assim, na madrugada do dia 10, um domingo como este 90 anos atrás, a Revolução chega em Osasco com a adesão do quartel que aciona o 4º Regimento de Infantaria.

O distante bairro paulista seria independente três décadas à frente; nesse momento de conflito, faz parte do mapa paulistano. No entanto, o quartel de Quitaúna continua e hoje segue como marco dessa primeira investida de São Paulo. O levante teria fim em 2 de outubro com cerca de 2 mil revolucionários mortos para milhares de feridos.

Ainda sobre o quartel nessa história, o 4ºRI embarcou o Batalhão Piratininga para batismo de fogo no Vale do Paraíba. O Exército tem essa base desde 1922. Após 1932, o quartel voltaria ao cenário nacional com o Movimento dos Sargentos em 1963 e antecedendo protestos trabalhistas que colocariam Osasco sob intervenção federal – não mais bairro, já município.

E Quitaúna também está nos autos do golpe de 64, usado pelo governo como central de prisão e tortura. Por outro lado, foi nesse quartel que o capitão Carlos Lamarca operou secretamente pela Vanguarda Popular Revolucionária – em 1969 ele desertaria para se tornar líder guerrilheiro.

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